|
|
Obrigado a Paula, pelos links
|
Links |
Assunto |
Escertos |
 |
Ruinas (Blasted) |
Sapo
 |
Fortemente influenciada pelo mundo
esquizofrénico em que vivemos, a obra de Sarah
Kane é uma ferida aberta, onde convivem o sexo,
a violência a droga e a droga. |
|
--- |
Ruinas (Blasted) |
 |
Quatro personagens falam,
atropelam-se verbalmente à medida que
desempenham algumas das mais essenciais tarefas
domésticas e quotidianas como comer, escrever,
vestir-se, despir-se.... Esta foi uma opção
cénica do encenador, já que o texto chegou a
ser trabalhado com o mínimo de adereços
possível, apenas quatro personagens frente a um
número idêntico de pautas, a recitar o texto,
de forma algo musical. |
 |
|
--- |
Ruinas (Blasted) |
Sapo.pt,
10 May 2002
 |
"Ruínas"
- na versão portuguesa - é apresentada numa
pequena divisão, situada no cimo de umas escadas
de caracol, estreitas, sendo o público colocado
perante um quarto de hotel. A primeira parte da
peça vive do diálogo entre o jornalista Ian e a
sua ex-namorada Cate que se reencontram. Uma
relação pouco pacífica espelhada nas
exaltações e desentendimentos, com o sexo a
fazer-se presente de uma forma pouco partilhada,
arrancada à força ou solitária perante o olhar
do outro. |
|
 |
Ruinas (Blasted) |
"Também me pareceu. Não
é nada. Já vi milhares de pessoas arrumadas dentro de
camiões como porcos a tentar sair da cidade. As mulheres
atiravam os bebés para dentro dos camiões à espera que
alguém tomasse conta deles. Batiam umas contra as outras
até à morte. A parte de dentro das cabeças saía pelos
olhos. Vi uma criança com a cara meia desfeita, uma
rapariga que fodi com as mãos dentro dela a tentar tirar
os meus líquidos de lá, um homem a morrer à fome e a
comer a perna da mulher morta. A arma nasceu aqui e não
vai morrer. Não faças um drama por causa do teu cu.
Não penses que o teu cu galês é diferente de qualquer
outro cu que eu tenha fodido. De certeza que não tens
mais comida, estou com uma fome do caraças." |
 |
Ruinas (Blasted) |
Carla Bolito no
"desfile" dos jovens actores em Berlim
Vasco Câmara
Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2002 
|
 |
Ruinas (Blasted) |
Da escritora inglesa Sarah Kane,
Blasted, nome original da peças Ruínas, foi um
verdadeiro êxito algum tempo depois da sua estreia no
Royal Court. A estreia da peça data de há cinco anos
atrás e os comentários não se fizeram esperar.
Houve quem afirmasse que a peça era violenta,
demasiadamente real, e que retratava de uma forma muito
brusca a guerra civil. No fundo, Ruínas pretende apenas
dar a conhecer a todas as pessoas as linhas que realmente
geriram a guerra civil. |
 |
O amor de Fedra
(Phaedra's Love) |
Esta recriação moderna do
clássico "Phaedra's Love", «um clássico
Romano ou Grego», não foi desde logo do agrado da sua
autora, aliás, segundo Kane, esta sempre odiou «essas
peças. Acontece tudo fora de cena, qual é o interesse?
Mas decidi ler uma e ver o que é que sucedia. Escolhi
Séneca porque a Caryl Churchill escreveu uma versão de
uma das peças dele, [Tiestes] que eu gostei muito. Li
Fedra e, surpreendentemente, interessou-me». Esta
peça de Kane é portanto uma espécie de actualização
do mito de Fedra escrito por Séneca (uma história um
amor incestuoso, obsessivo e demolidor).
|
 |
O amor de Fedra
(Phaedra's Love) |
Hipólito está sentado num quarto,
às escuras, a ver televisão. Está espojado num sofá,
rodeado de brinquedos electrónicos caros, pacotes vazios
de aperitivos e doces. Espalhadas pelo chão do quarto,
peúgas usadas e roupa interior.
Come um hambúrguer, os olhos fixos na luz tremeluzente
de um filme de Hollywood.
Funga.
Sente a aproximação de um espirro e esfrega o nariz
para o evitar.
A irritação continua.
Olha à volta do quarto e pega numa peúga.
Examina-a cuidadosamente e assoa-se a ela.
Atira a meia para o chão e continua a comer o
hambúrguer. O filme fica particularmente violento.
Hipólito assiste imperturbavelmente.
Pega noutra meia, examina-a e atira-a fora.
Pega noutra, examina-a e decide que serve.
Põe o pénis dentro da meia e masturba-se até se vir
sem uma centelha de prazer.
Tira a meia e atira-a para o chão.
Começa a comer outro hambúrguer. 
|
 |
4.48 Psychosis |
- Se ficares sozinha achas que
podes fazer mal a ti própria?
- Acho que sim e isso assusta-me.
- Pode ser uma espécie de protecção?
- Sim. É o medo que me afasta da linha do comboio. Só
espero, por amor de Deus, que a morte seja a merda do
fim. Sinto-me com oitenta anos. Estou cansada da vida, a
minha mente quer morrer.
- Isso é uma metáfora, não a realidade.
- É um símile.
- Não é a realidade.
- Não é uma metáfora, é um símile, mas mesmo que
fosse, aquilo que define uma metáfora é ela ser real.

|
 |
4.48 Psychosis |
As personagens são mal definidas, ou
pelo menos a relação que existe entre elas. Vão-se
sucedendo frases, ideias, acusações, monólogos. Mais
tarde o espectador apercebe-se que está perante uma
paciente e um médico. Ela deseja morrer com a mesma
intensidade com que, por vezes, quer viver. Ele quer
ajudá-la com a mesma vontade com que, por vezes, parece
nada querer fazer. São pessoas indecisas, angustiadas.
Ela com uma imensa vontade de morrer. Tudo o que a rodeia
está a morrer, assim como o seu próprio corpo. O
meu corpo voa para longe. Não há maneira de alcançar
para além do que já alcancei. 
|
 |
Overview |
Aristas Unidos |
 |
Overview |
Aristas Unidos
Comemoram um ano no bairro alto
25/01/2001 |